A maneira como falamos de sexo e encaramos os comportamentos sexuais do outro, seja uma pessoa portadora de algum tipo de deficiência ou não, é reflexo dos nossos próprios valores e comportamentos sexuais. (Glat, n.d.) 1
Saber lidar com a sexualidade dos filhos normais já é um tabu para a maioria dos pais. Sendo o filho portador de DID as dificuldades e os constrangimentos são ainda piores.
No desenvolvimento da personalidade de uma pessoa com DID, a sexualidade deve ser tratada como algo norma/natural, e não como algo estranho.
Estas pessoas, tal como as pessoas sem deficiência, desenvolvem as carateristicas sexuais, com a pequena particularidade de que desenvolvem-se mais tarde. 1
Com medo de expor o adolescente com DID a riscos físicos e emocionais, muitos pais preferem encarar o filho como se fosse assexuado.
Craft e Craft (1982) diz que a sexualidade é a mais normal das carateristicas do ser humano e que pessoas portadores de deficiência ou não, sentem-na da mesma maneira. 2
Foi provado em diversos estudos, que as pessoas com DID recebem pouca informação à cerca do funcionamento do seu corpo, i.e., as orientações que dão sobre este tema, normalmente são proibições e repressões.
Sabemos ainda que as pessoas com DID, da pouca informação que recebem sobre sexualidade, parte desta é mal transmitida, mal interpretada ou simplesmente, fragmentada.
Szasz em 1976 confirmou que a medicina considerou a masturbação como a principal causa de loucura nas pessoas portadoras de deficiências. Como podemos observar, as pessoas com DID continuam a ser rotulados como seres diferentes e estranhos, que difere das pessoas normais da sociedade. 2
Muitas pessoas da nossa sociedade, continuam a achar que os adolescentes portadores de deficiência são incapazes de manter uma relação afetiva, ou de amar. A verdade é que as relações de afetividade nestas pessoas, é muito importante nas suas vidas, e são tanto ou mais capazes de as manter.
A repressão sexual nas pessoas com DID, foi considerado um dos fatores mais significativos do desajuste social, fisico e psicológico das mesmas. 1
Devemos tomar consciência que as pessoas com DID são seres dignos de viver da melhor maneira possível e em todos os aspecto, nomeadamente a sexualidade.